Com a redução no volume de derivados, o jeito foi relocar os funcionários dentro da Cooperativa, para evitar demissão
O clima seco dos últimos meses não faz mal apenas à saúde das pessoas, como se pode ver nas filas dos Postos de Saúde e emergências dos Hospitais na região. No campo, a seca arrasa as pastagens e provoca queda na produção de leite, problema que vem afetando direta e indiretamente a linha de laticínios. Além de Macaé, cidades produtoras como Carapebus, Rio das Ostras, Casimiro de Abreu e até Quissamã amargam uma queda brusca por conta da estiagem, problema que vem causando sérios prejuízos a Cooperativa de Laticínios de Macaé.
Nem a chuva que caiu nos últimos dias ajudou a espantar o fantasma da seca. José Carlos Guilherme, está a pouco mais de cinco meses prestando serviço de Supervisor Geral na Produção, e conta que o objetivo é elevar a demanda na Cooperativa de Laticínios de Macaé. “Essa seca nos deu um prejuízo grande. Para darmos conta dos litros que leite que entregamos ao comércio em geral, diminuímos a produção de derivados como é o caso dos queijos. Antes era fabricado por dia cerca de 2 mil peças. Hoje esse volume caiu para 1.600, ou seja, queijo Padrão (200 unidades), frescal (1.300 unidades) e ricota (100 unidades)”, disse.
Com a redução no volume de derivados, o jeito foi relocar os funcionários dentro da Cooperativa, para evitar demissão. Atualmente cerca de 30 funcionários trabalham no local. Eles estão divididos entre motoristas, pessoal de apoio, auxiliares e administração atuando diariamente. De acordo com o contador Luiz Pereira, o volume na produção caiu consideravelmente em relação aos anos anteriores. Em 2001, a cidade produzia cerca de 30 mil litros de leite por dia. Esse volume chega em 2014 com 15 mil litros por dia, ou seja, foi reduzido pela metade se comparado aos anos anteriores.
A estiagem, que chegou de surpresa na região desde o ano passado, é o principal fator e o responsável pela queda. Por enquanto, Luiz considera que a produção está sendo bem afetada e diz estar preocupado, pois não sabe até quando esse período vai. “O pasto secou e os animais já começam a sentir as altas temperaturas. Essa seca aliada ao êxodo rural fez com que Macaé tivesse uma queda considerada na produção de litro de leite. Pode ser que com a chuva que caiu melhore, mas tenho certeza, isso será em pouco tempo”, completa.
Em 2001, o número de produtores rurais alcançava a marca de 170 em Macaé, contando com a região de abrangência. Atualmente esse número chega apenas a 94 produtores e uma média de oito mil litros de leite por dia. “Nossa Cooperativa tem apenas R$ 0,10 de lucro sobre cada litro de leite vendido. Já o produtor recebe R$ 1. Se o consumidor comprar o leite aqui ele vai pagar R$ 2 por litro no varejo. Já no atacado o litro sai a R$ 1,40. Pretendemos fazer investimentos e com isso crescer a produção, incentivando os produtores rurais da cidade e região”, reforçou.
Em contrapartida, Luiz lembra que o Governo Estadual deu a pouco mais de cinco anos incentivos de 12,28% no Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços – ICMS, o que vem também colaborando com a produção na região. “Esse ano o prefeito Dr. Aluízio também procurou a direção da Cooperativa para realizar parceria destacando o desenvolvimento de projetos e incentivos na área. Acredito que trará bons frutos para nossa cidade”, acredita.
A Cooperativa de Laticínios de Macaé divide a produção entre queijos, requeijão, iogurte, leite em saco, queijo mussarela e manteiga. “Nosso produto é de altíssima qualidade e isso eu garanto. Fazemos tudo dentro dos reparos necessários. Mesmo depois de termos amargado prejuízos com a CCPL e Parmalat, aos poucos estamos conseguindo erguer a Cooperativa”, finalizou.
› FONTE: Macaé News (www.macaenews.com.br)